sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Em tempos de "Arruda"

“Cidadão Corrupto”

Deixemos de lado o puritanismo para afirmar que sempre houve no Brasil corrupção, malandragem, desleixo com a “coisa” pública e que grande parte (embora eu prefira sonhar que esse quantitativo é minoria da população) dos cidadãos brasileiros é um pouco corrupto e desonesto quando o assunto é o dinheiro dos impostos que nos sufocam todos os dias de todos os meses de todos os anos de nossas vidas.
Calma! Não queiram me matar ainda! Continuo explicando:
O cidadão é um pouco corrupto quando deixa seu filho, por traquinagem, atirar pedras num poste e quebrar a lâmpada que ilumina as vias.
O cidadão é um pouco corrupto quando deixa seu filho, por traquinagem, quebrar carteiras, portas, armários da escola pública onde estuda.
O cidadão é um pouco corrupto quando marca consultas pelo SUS e não espera até o atendimento, ou mesmo espera e assina a “guia” sem ler o que está especificado.
O cidadão é corrupto quando após a consulta ele faz os exames, não pega o resultado, ou pega, mas não vai ao médico para continuar o tratamento.
O cidadão é corrupto quando dá um jeitinho em tudo para não esperar na fila do banco, ou mesmo do restaurante Self Service.
O cidadão é corrupto quando não paga seus impostos, pois os serviços continuarão a ser fornecidos e alguém estará pagando por ele.
O cidadão é muito corrupto toda vez que diz: eu jogo lixo na rua porque o salário do gari sai dos impostos que eu pago.
O cidadão é muito corrupto quando aceita instalar uma linha clandestina de telefone em sua casa e assim ligar sem pagar nada (enquanto as ligações vão parar na conta de cidadãos honestos).
O cidadão é muito corrupto quando aceita se beneficiar de qualquer coisa, não importando a origem do benefício. É o famoso e vulgar chavão: “Não quero nem saber quem morreu, eu quero é chorar”.
Não podemos, contudo, taxar de corrupto aquele cidadão que sem nenhuma outra opção, precisa de um “gato de energia ou água” para não viver nas trevas nem morrer de sede. Diferente do caloteiro, desonesto que não paga suas contas porque não querer, existem muitos cidadãos de bem, honrados e honestos que por ironia do destino vivem uma vida na mais completa miséria, em condições sub-humanas (sub = abaixo, inferior). Não dá para se falar em honestidade, honradez, quando a barriga está oca.

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