sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Sobre o vencer na vida....

Às vezes convivemos com pessoas das quais muito pouco sabemos e, talvez por isso, não valorizamo-las tanto quanto merecem.

Nem sempre conhecemos o passado, nem diria que isso é essencial. Mas é importante sabermos o quanto algumas pessoas tiveram que “penar” para conseguir “vencer na vida”.

Não concordo com aquele dito que “nada vem fácil”. Uns raros sortudos conseguem se dar bem na mega... rsrs

Mas a verdade é que quando conseguimos alguma coisa, fruto do nosso sacrifício, o prazer de desfrutar é muito maior. É um sentimento de realização que não se pode explicar com facilidade. E isso proporciona uma admiração e respeito por parte das outras pessoas, que não se pode conseguir facilmente.

Compartilhando poesia

Murmúrio - Cecília Meireles

Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.

Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.

Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor

Em tempos de "Arruda"

“Cidadão Corrupto”

Deixemos de lado o puritanismo para afirmar que sempre houve no Brasil corrupção, malandragem, desleixo com a “coisa” pública e que grande parte (embora eu prefira sonhar que esse quantitativo é minoria da população) dos cidadãos brasileiros é um pouco corrupto e desonesto quando o assunto é o dinheiro dos impostos que nos sufocam todos os dias de todos os meses de todos os anos de nossas vidas.
Calma! Não queiram me matar ainda! Continuo explicando:
O cidadão é um pouco corrupto quando deixa seu filho, por traquinagem, atirar pedras num poste e quebrar a lâmpada que ilumina as vias.
O cidadão é um pouco corrupto quando deixa seu filho, por traquinagem, quebrar carteiras, portas, armários da escola pública onde estuda.
O cidadão é um pouco corrupto quando marca consultas pelo SUS e não espera até o atendimento, ou mesmo espera e assina a “guia” sem ler o que está especificado.
O cidadão é corrupto quando após a consulta ele faz os exames, não pega o resultado, ou pega, mas não vai ao médico para continuar o tratamento.
O cidadão é corrupto quando dá um jeitinho em tudo para não esperar na fila do banco, ou mesmo do restaurante Self Service.
O cidadão é corrupto quando não paga seus impostos, pois os serviços continuarão a ser fornecidos e alguém estará pagando por ele.
O cidadão é muito corrupto toda vez que diz: eu jogo lixo na rua porque o salário do gari sai dos impostos que eu pago.
O cidadão é muito corrupto quando aceita instalar uma linha clandestina de telefone em sua casa e assim ligar sem pagar nada (enquanto as ligações vão parar na conta de cidadãos honestos).
O cidadão é muito corrupto quando aceita se beneficiar de qualquer coisa, não importando a origem do benefício. É o famoso e vulgar chavão: “Não quero nem saber quem morreu, eu quero é chorar”.
Não podemos, contudo, taxar de corrupto aquele cidadão que sem nenhuma outra opção, precisa de um “gato de energia ou água” para não viver nas trevas nem morrer de sede. Diferente do caloteiro, desonesto que não paga suas contas porque não querer, existem muitos cidadãos de bem, honrados e honestos que por ironia do destino vivem uma vida na mais completa miséria, em condições sub-humanas (sub = abaixo, inferior). Não dá para se falar em honestidade, honradez, quando a barriga está oca.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Opção ou falta dela?

O que será que dizem os especialistas em mente humana sobre a capacidade que temos de fantasiar (às vezes até maquiando nossas dores e traumas) a realidade em que vivemos?

Não ter um namorado pode muito bem ser uma opção (ou falta dela), mas dizer que nunca se sente falta de alguém com quem se possa conversar e dividir alguma coisa é um exagero.

Homem e mulher, igualmente, sentem, vez por outra, necessidade de estar ao lado de alguém, de encostar a cabeça no ombro e nem precisar dizer nada, explicar tudo apenas com o olhar. Aquele olhar que denuncia tristeza, frustração, carência, raiva e aquele outro que exprime amor, saudade, alegria, felicidade em rever o outro.
Talvez por isso seja tão difícil manter um relacionamento à distância. É a falta do calor humano, do toque, da respiração. Falta do abraço, do beijo.

Eu, solteira quase convicta, sozinha por falta de opção, senti necessidade de falar hoje sobre isso. Sobre a saudade que sentimos de alguém sem rosto, sem voz. Alguém que esperamos um dia apareça em nossas vidas e nos faça sentir o frio na barriga, o coração disparar. Senti saudades do que ainda não conheço, “do que ainda não vivi”.


PRESENÇA (Mário Quintana)


É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente, o vento
das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale
sutilmente, no ar, a trevo machucado,
as folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir
como sinto - em mim - a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

PT, 30 anos!

Hoje, o Partido dos Trabalhadores, meu partido, completa 30 anos!
Um partido formado no meio do povo, para o povo e que, ao longo dos anos, não se desvirtuou do seu objetivo: melhorar a vida dos brasileiros!
É tempo de festejar, tempo de comemorar! Afinal, é a certeza do dever cumprido que nos move e nos contagia!
Viva o PT! Viva Lula! Viva o Brasil!
Eis o final da nota publicada pela direção nacional do Partido:
“Aos 30 anos, o PT olha para sua história com o orgulho de quem ajudou a construir a democracia e hoje lidera o governo mais popular da história do Brasil. Mas olhamos para a frente com a humildade de quem sabe que na política cada desafio vencido abre dezenas de novas responsabilidades.”

Como não sou jornalista e este não é um blog jornalístico, não tenho nenhum compromisso com a imparcialidade.
Eis, portanto, minha maior declaração de amor ao meu Presidente, Símbolo maior do Partido:


“Passo o tempo e tanta gente a trabalhar,
de repente essa clareza pra notar,
quem sempre foi sincero e confiar,
sem medo de ser feliz,quero ver chegar.
Lula lá...brilha uma estrela,
Lula lá...cresce a esperança,
Lula lá...o Brasil criança,
na alegria de se abraçar.
Lula lá...com sinceridade,
Lula lá...com toda certeza,
Pra você,meu primeiro voto,
pra fazer,brilhar nossa estrela.
Lula lá...é a gente junto,
Lula lá...valeu a espera,
Lula lá...meu primeiro voto,
pra fazer,brilhar nossa estrela!!!!!!”


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Poeta Embaixador

A Câmara dos Deputados aprovou hoje um projeto de lei que promove, post mortem, o poeta e músico Vinícius de Moraes a ministro de primeira grandeza (Embaixador) - o cargo mais elevado da carreira diplomática*. Nossa homenagem ao grande Vinícius!


Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes

* Informações do site da Câmara

Detesto, detesto, detesto, detesto ...

Outro dia, conversando via msn com uma pessoa muito querida, usei a expressão “detesto” e recebi de volta “você é cheia de detestos”. Passado o choque inicial e a constatação de que havia sido criticada (e eu DETESTO ser criticada! kkkk), passei a refletir sobre como damos importância demais a coisas insignificantes.

Detesto quando você copia minha falas

Detesto lavar a louça

Detesto acordar cedo

Detesto arrumar a casa

Detesto todas as alternativas acima e um monte de outras coisas, mas será que vale a pena reforçar tanto os “detestos”?

Pois bem: usarei o antídoto e salientarei as coisas que me fazem bem:

Adoro boas amizades

Adoro ler

Adoro ouvir música

Adoro ir ao teatro

Adoro assistir filme, seja no cinema, seja DVD ou até os repetecos da televisão

Adoro comprar roupas e sapatos

Adoro ficar com minha família!

Adoro uma infinidade de outras coisas bem mais importantes e em maior número do que aquelas que não adoro.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Saudades

Sentir saudades não é um coisa boa. Principalmente quando se está longe de todos os que poderiam nos dar alguma espécie de "conforto".
Sempre que passo os finais de semana em Salvador, e lá se vão quase 5 anos, é a mesma coisa, a mesma sensação de tristeza.
É saudades de casa, da rotina, da mãe, dos sobrinhos, das conversas, até das brigas...
Passo horas olhando as fotos da família, mas nunca cheguei a uma conclusão: olhar as fotos diminue ou aumenta a falta que as pessoas ns fazem?

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Eu sinto assim

Iniciei ou dia (ou melhor, reiniciei, porque há cerca de um ano adquiri o livro, iniciei a leitura e não conclui. Também não devo dizer que retomei porque como estou iniciando do início – desculpe a redundância – também não se aplica).

Chega de parênteses, vamos ao que interessa, “iniciando do início”. Iniciei outro dia a leitura do livro “A Cabana”, de William P. Young. Antes de qualquer coisa, é importante salientar que não farei aqui uma resenha crítica do livro, já que ainda nem cheguei à metade das páginas. Independente de a leitura final explicar ou não o fenômeno de vendas que ele se tornou em todo o mundo, essa leitura inicial me despertou a vontade (talvez necessidade) de escrever, sobre o que se pode chamar de “experiência com Deus”.

Cada um de nós, que acredita em Deus, tem sua forma própria de se relacionar com Ele. Independente das orações que aprendemos na infância, temos a nossa própria relação com o Pai. Alguns se sentem mais íntimos e mantêm uma relação de amizade, falando de igual para igual, sentindo-se compreendido e aceitado. Outros mantêm uma relação mais tradicional, de respeito e obediência, dirigindo-se a Ele como um Pai amoroso, amigo, mas que cobra correção do filho.

Talvez tentando acertar, em algum momento de nossas vidas algum (a) catequista fez uma espécie de terrorismo, nos apresentando Deus com um Ser cuja única ocupação era espionar e punir todas as nossas faltas. Eu não vejo Deus assim: com esse olhar inquisidor e um enorme livro nas mãos anotando nossas falhas.

Vejo e sinto Deus como um Pai misericordioso, que nos observa com um olhar bondoso. Sinto-O como um grande amigo que torce pela nossa felicidade e, às vezes, até dá uma “forcinha”, mesmo permitindo que vivamos nossas vidas conforme nossas escolhas – ainda que isso muitas vezes O desagrade.

Vejo e sinto Deus como um Pai misericordioso que a tudo perdoa, desde que sejamos sinceros em nosso arrependimento.

Vejo e sinto Deus como um Pai misericordioso que jamais nos abandona.

É assim que eu vejo e sinto.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Por que escrever um blog?

Escrever é esse mistério de transpor para o papel nossos medos, opiniões, sonhos, desejos e ambições.
Ontem decidi que queria “criar” este blog. Nem sei porque senti essa vontade já que o “diário de um drama”, que nunca chegou a ser diário, abandonei nos primeiros dias. Mas senti essa vontade e espero que ela perdure porque só assim terei sempre alternativas para “expurgar” os temores, encorajar a realização dos sonhos e expressar livremente, com responsabilidade, minhas opiniões.

Não quero que esse blog tenha cara de diário, não....não é isso o que desejo. Também não quero que pareça noticioso. Quero que seja um espaço livre onde eu possa me expressar, tal qual me sinto naquele momento.

Quero que seja também o lugar onde posso trocar idéia, ler opiniões e impressões sobre aquilo que penso. Estarei aberta a críticas, embora os que me conhecem saibam como detesto recebê-las...kkkkkk (é brincadeira).

Em síntese, eis um espaço onde não serei personagem, não serei perfeita, serei simples e sinceramente EU!

Por que Mala de Mão? Por que Roroquinha?

Mala de mão era como meu pai me chamava porque eu só queria estar com ele, principalmente naqueles momentos mais inoportunos, quando tudo que os pais menos querem é saber dos filhos sob sua responsabilidade.
Na verdade eu acho que, como toda criança (ou a maioria delas) eu era metida e queria estar no meio das pessoas ditas “importantes”. Se meu pai estivesse conversando com prefeito, deputado, vereadores, era para o colo dele que queria ir.
Isso é minha mãe que me conta. Não lembro de muita coisa. Exceto uma vez que ele quis jogar baralho no bar (o que normalmente ele fazia muito em casa) e quis porque quis ir com ele – e fui. Não me pergunte detalhes dessa tarde, porque eu não vou lembrar, como não lembrarei detalhes de muitas coisas nas quais ele, meu velho pai, estava presente.
Dos cinco anos e meio em que convivi com meu pai tudo o que sei é de ouvir falar. Minha mente criou uma espécie de bloqueio entre aquele dia 3/6/1984 e o passado. Daquele dia sei tudo, desde a casa quase vazia pela manhã, ao doloroso momento de sua morte, com a casa enchendo de pessoas, o velório e o sepultamento.
Não lembro com tristeza é só saudade. Talvez certa frustração por termos ficado tão cedo sem ele.
Roroquinha é o diminutivo de “roca” (de saroca), como minha mãe me chama. É também como meu irmão mais velho costuma me chamar, principalmente quando está bebendo...
Minha mãe é essa pessoa, como todas as mães, incapazes de ser descrita em palavras. Uma mulher frágil, que se transformou numa leoa para criar os 5 filhos. Minha mãe é a expressão real da dedicação aos filhos.
Lembro da tristeza quando meu irmão não fez o vestibular porque não tinha o dinheiro pra inscrição. Ela chorou.
Lembro quando ela recebeu, depois de mais de um ano, a primeira pensão do meu pai, foi a primeira vez depois que ele morreu que ela comprou biscoito e refrigerante.
Lembro principalmente quando fui atropelada aos seis anos e minha mãe passou a noite acordada no hospital "espatando as muriçocas" que não me deixavam dormir.

Lembro quando recentemente operei o tendão de aquilles e minha mãe, mesmo cansada, levantava à noite para me levar ao banheiro.
Lembro de todas as vezes que precisei e preciso de qualquer coisa como ela fica preocupada e não sossega enquanto não consegue me ajudar.

Lembro quando mudei para Salvador do quanto ela me ouviu chorar e me incentivando a permanecer no trabalho e tentar me acostumar.
Eu sempre choro quando falo sobre isso e estou chorando agora quando escrevo. Não é que eu me sinta triste com o meu passado. Muito pelo contrário, eu acho que foi importante passarmos por tudo isso para que hoje valorizássemos o que há de mais importante em nossa família: a união.
Mãe nos ensinou que só com respeito e união podemos ser felizes. Não importa o quanto você tem em dinheiro. O que importa é quem você tem para celebrar.
É muito graças a esses ensinamentos que podemos nos reunir nos aniversários, no Natal, no São João, no Réveillon! Não importa onde estamos, o importante é estarmos todos juntos e disso fazemos questão!
Mala de mão e Roroquinha em homenagem aqueles que me deram a vida.
Meu pai, que foi embora tão cedo. Minha mãe, que me fez quem sou!